
Filipinamente pirateados
Goesamente enturdidos
Malaicamente chicoteados
Balanicamente enganados
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João Pires autor
Filipinamente pirateados
Goesamente enturdidos
Malaicamente chicoteados
Balanicamente enganados
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João Pires autor
Janelas indiscretas
Mostram um mundo novo
De possibilidades abertas
Em flutuantes sonhos
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João Pires autor
Janelas do mundo coloridas
Debaixo do céu de tule
Viradas ao Adriático mar
Num banho balcânico de magia
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João Pires autor
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#joaopiresautor #poesiaurbana #poemas
Luas negras iluminadas
Na noite do temporal
Ondas bravias imaginadas
Encaminhados pela intuição ancestral
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João Pires autor
Túneis frios e húmidos
Corações desérticos de calor
Bombas malditas sem discussão
Tênue luz do caminho sem fim
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João Pires autor
Vinde senhora minha
Para o navio da companhia
Navegaremos pelo mar fora
Durante noite e dia
Vinde senhora minha
Segurai na minha mão
Olhai que belas são
São as paisagens
Vistas do meu batelão
Vinde minha senhora
Vamos navegar para casa
O relógio já deu a hora
O sinal da partida
Os navios já esperam por nós
Para fazer a viagem de regresso
Para chegar a casa com sucesso
Vinde senhora minha
Dai-me a vossa mão
05-07-2022
João Pires
Vendi a alma ao diabo
vestida sem pecado
pendurada numa cruz
de madeira debaixo da luz
Vendi a alma ao diabo
num dia de céu cinzento
estava sem pensamento
agitado e turbulento
Vendi a alma ao diabo
mas disse que a queria de volta
arrependi-me sem escolta
pedi por favor para a devolver
chorei um rio de lágrimas
Pedi a alma ao diabo
por tudo deste mundo
por conta do outro
quero a minha alma
dentro de mim
Fui lá de noite
pelos campos fora
recuperei a minha alma
da cruz de madeira
mas penei a noite inteira
Não vendas a tua alma ao diabo
nem a ninguém
só o teu coração te quer
como ninguém
22-05-2022
João Pires
foto: Amber Bracken
Pudera eu
adivinhar a linha do horizonte
entre o céu e o monte
entre o laranja do sol poente no mar
Pudera eu saber
o que está para além daquela linha
fio ténue da imaginação
que separa a razão do coração
Cordas, estacas e outras amarras
que prendem à terra
senão navegaria até Inglaterra
sulcando ondas e vagas
Ouvir o ronco da sirene
em noite de bruma incerta
avistar a luz do farol
será a atitude mais certa
Pudera eu
apreciar a luz do por do sol
todos os dias
8-5-2022
João Pires
Trago palavras no peito
Percorro as páginas dos teus livros
Na senda do sonho perfeito
Com tantos quilómetros percorridos
Guardo o teu perfume em mim
Que emana da minha pele
Suave aroma de jasmim
Daquela tarde encontrada
Se os teus lábios frementes
Anseiam ser correspondidos
Que melhor poema te poderia cantar
Senão com beijos acendidos
Quando o mar toca em ti
Teus olhos brilham de maresia
Nas tuas ondas me perdi
Naquele ritmo de melodia
Quantos mares percorreste
À procura de melhores sonhos
Porque nunca soubeste
Que vivem em barcos risonhos
Seria a vida mais bela
Se a poesia comandasse
A mais bela caravela
Por quer que navegasse
Trago-te dentro de mim
Mais belo poema
Que aconteceste
Numa rima sem fim
Desde o dia em que nasceste
06-05-2021
João Pires
Quando um poema
Contém dardos apontados ao coração
Despertam toda a emoção
Sem qualquer problema
Se o poema vai como tsunami
Apontado à casa dos pavores
Setas de amores como nunca viram
Capazes de provocar infinitos calores
Quando um poema arrepia
Toda a pele transpira
Extrema e subtil beleza
Caminha com elegância e alegria
Se um poema se veste de anjo
Capaz de cegar o teu caminho
Talvez seja altura
De fechar os olhos e sonhar
Mesmo porque um anjo
Tem a força para deslumbrar
Conquistar e destruir
Se um dia o conseguires amar
02-05-2021
João Pires