poesia

Bramânicas palavras

Bramânicas palavras

De enxuto algodão

Foram viajar até ao Japão

Nada perceberam

Apenas sorrisos e vénias

Debaixo de nuvem sem tesão

Entusiasmo na volta

Para descrever tudo o que viram

Jardins encantados

Beleza na perfeição

Assim termina esta canção

16-dez-2022

João Pires autor

Standard
poesia

Nas ripas do chão

Nas ripas do chão
Sinto dois corpos
Que se abraçam
Como nunca havia

Nas tábuas de madeira
Ao lado do cesto de videira
Espalham folhas de roseira
Vermelhas de paixão

No chão sem beira
Sonho com o teu cabelo
Com a cor do fogo
Longos pensamentos sedutores

Te abraço sem soleira
Junto aos cadernos
Da minha poesia
Te beijo de alegria

No cesto de videira
Cabem dois corações
Cheios de emoções
Até vazar a lua cheia

Embalo-te nas palavras
Do suave amor
Com grande fulgor
De suster a respiração

12-04-2022

João Pires

Standard
poesia

Esbanja hoje o teu sorriso

Esbanja hoje o teu sorriso
Por sentires a vida na pele
Como um abraço vigoroso
Assim o coração o impele

Poupa as tuas lágrimas para um dia mais tarde
Espalha as tuas lágrimas
Se forem de prazer
Verte as tuas lágrimas
Se forem de felicidade

Poupa as tuas palavras para outro dia
Ouve os sons da natureza
As risadas das crianças
O canto dos pássaros
O gotejar da chuva
O rugir do vento
O suave balançar das folhas nas árvores
Os rugidos do sexo esfomeado
Os sons do amor

Se as palavras são de revolta
Em tempos de pandemia
Prende a língua solta
Exulta de alegria
Porque o sangue corre nas veias

Tempos estranhos, que se tornam familiares
Confinamento em casa
Sem voos regulares
Como pássaro sem asa
Que o sonho possa voar
Sem barreiras nem limites
A folha possa balançar
Eu consiga dançar

3 Fev 2021

João Pires

Standard
poesia

As palavras são como abraços

As palavras são como abraços
No meio da palermia
Soltam-se ventos, gritam-se ecos
No deserto da ventania

As palavras são como abraços
São alimento e canção
Dão conforto aos regaços
Preenchem o coração

Os poemas são como amassos
Encantam à primeira vista
Atraem nunca vistos
Convidam a dançar na pista

As palavras sabem a beijos
Na terra sem afectos
Tudo por causa da pandemia
Eu morro de desejos

Encantar-te com poesia
Oferecer-te flores
Numa manhã com cheiro a maresia
Ou na montanha dos amores

As palavras são como sorrisos
Deslumbram todos aqueles
Que desviam os olhares indecisos
Ou tem os corações moles

As palavras são alento
Para quem vive neste vazio
Também são como o vento
Ou correm como a água do rio

As palavras são como carinhos
Em tempos de azedume
Onde tocam sinos
Há falta de perfume

As palavras exprimem desejos
Num mundo doente
Não sei quando farei festejos
Num novo normal coerente

03-01-2021

João Pires

Standard
poesia

Sede de te beber

Sede de te beber
Sem nunca me ter saciado de ti
Como flor no deserto
Que desconhece a gota de água

Vontade de te escrever
Palavras que tocam em ti
Quanto mais sonho mais escrevo
Escreve e liberta-te da mágoa

Palavras rasgadas mas sentidas
Numa nuvem de fumo
Saem das paredes vozes indefinidas

Será a inspiração que te dita a alma
Encontrarás por certo o teu rumo
Tendo por companhia todas as palavras

Sede de te beber
Que se transforma
Em vontade de escrever

30-05-2020

João Pires

Standard
poesia

Partiste

Partiste para aquela estrada distante
Fiquei mudo pela desaparição
Porque fugiu o nosso romance
Onde não há calor no coração 

Emoções tomadas de arritmia
Proferindo insentidas palavras
No meio daquela pandemia
Não haveriam pessoas amadas 

Que um novo caminho possa surgir
Assim como o sol vai brilhando
Para que eu consiga viver

Às tuas palavras possa eu reagir
Cantando, rindo e amando
No calor e doçura do teu ser 

 22-05-2020  
João Pires

Standard
poesia

Quando as palavras

Quando as palavras sabem a sal
Voam como gaivotas sobre o mar
Gritam alentos de vitória
Rasgam ventos de glória

Quando as palavras sabem a mel
Da boca do poeta brotam flores
Mas também saem ocas como fel
Perdidas no coração dos amores

Porque palavras são como regaços
Que confortam quando necessário
Valem tanto como dois abraços

As palavras não se confinam a espaços
Voam para muito longe
Como as gaivotas que tocam o horizonte

16-12-2019

João Pires

Autor do livro AMAR EM BAGOS DOURO

Standard
poesia

Quando as palavras

Quando as palavras sabem a sal
Voam como gaivotas sobre o mar
Gritam alentos de vitória
Rasgam ventos de glória

Quando as palavras sabem a mel
Da boca do poeta brotam flores
Mas também saem ocas como fel
Perdidas no coração dos amores

Porque palavras são como regaços
Que confortam quando necessário
Valem tanto como dois abraços

As palavras não se confinam a espaços
Voam para muito longe
Como as gaivotas que tocam o horizonte

16-12-2019

João Pires

Autor do livro AMAR EM BAGOS DOURO

Standard

Celebração das exéquias
Das palavras mortas
Dos poemas que são enguias
Se escapam das mãos rotas

Quando se forma a claque
Para aplaudir as palavras
Poesia sem ataque
Ideias sem amarras

Mulheres celebradas
Em palavras saboreadas
Mulheres detestadas
Por seres misóginos

Vilipendiar publicamente
Vaiar com desprezo
Amar despudoradamente
Para sair ileso

Racismo no mundo
Cor da pele ou etnia
Até quando este submundo
Quero viver com alegria

Sou resiliente
Sou sonhador
Neste mundo de gente
Para viver sem dor

Qual anátema me caiu
Para viver nesta execração
Sinto vergonha desta nau
Quero acabar com a maldição

Ah se eu pudesse solicitar
Pedir com instância
Para que o mundo pudesse rimar
Viver em concordância

19-02-2020

João Pires
poesia

Celebração das exéquias – poema

Celebração das exéquias
Das palavras mortas
Dos poemas que são enguias
Se escapam das mãos rotas

Imagem
poesia

Quando as palavras

Quando as palavras sabem a sal
Voam como gaivotas sobre o mar
Gritam alentos de vitória
Rasgam ventos de glória

Quando as palavras sabem a mel
Da boca do poeta brotam flores
Mas também saem ocas como fel
Perdidas no coração dos amores

Porque palavras são como regaços
Que confortam quando necessário
Valem tanto como dois abraços

As palavras não se confinam a espaços
Voam para muito longe
Como as gaivotas que tocam o horizonte

16-12-2019

João Pires

Autor do livro AMAR EM BAGOS DOURO

Standard